Cântico do Apagamento
Rasgo a pele do verso!
Não sangra tinta,
mas o vácuo dançante
nos intervalos
entre meus ossos.
Sou o escriba de mim:
escrevo minha erosão,
letra por letra,
até que a página
volte a ser árvore,
a árvore, semente,
a semente, vento.
Os deuses me leem
no espelho do eclipse...
Sou uma assinatura de fumaça
no ar que se devora.
Louco? Talvez.
Mas quem é são
neste teatro de espectros,
onde até a plateia
é feita de sombras
que pensam ser luz?
Site Franklin Mano
Enviado por Site Franklin Mano em 22/06/2025
Alterado em 22/06/2025