Faço uma canção agora
Que não tocará no rádio
Que nunca será transmitida pela televisão
Uma canção que me devora
Que me redime
Que me liberta da escuridão

Tempos que andei calado
Perdido em meio há outras canções
Tempos que rasguei meus livros
Que queimei minhas roupas
Que prostitui minha solidão

Dias fora de casa
Certeza na cabeça não tinha não
Encontros sem conteúdos
Camarotes, camarins
Quantos dias foram a esmo
Totalmente em vãos...

Então canto essa canção agora
Que não tocará no rádio
Que nunca será transmitida pela televisão
Essa canção que me devora
Que me redime
Que me liberta da escuridão

Gritos solos
Até o momento nunca tinha gritado,
Então,
Nasce agora uma poesia mais objetiva
Que a musicista fez objeção

Sem fé ou filosofia
Volto pra casa
E pinto tudo então
Expresso através das cores
(Do concreto aos móveis)
Os sabores que provei até então.

Então canto essa canção outra vez agora
Que não tocará no rádio
Que nunca será transmitida pela televisão
Essa canção que me devora
Que me redime
Que me liberta com sua vida da escuridão...