Caligrafia
Eu analiso Rembrandt e Parmigianino
Tentando canalizar a energia dos seus traços
Camuflados na tonalidade de suas cores
Resvalando entre a beleza, leveza e o caos...
Perdido no meu mundo
Mergulho no silêncio
E vem átona uma voz protetora
Tentando me enlouquecer antes
Que eu me aperceba do final
Extraviando de mim o quereres
E a dor de perder todas as coisas
E pessoas que eu tive antes
E já não posso recuperar
O calor e a segurança
De todos os seus graus...
Vago pelas ruas evitando gente
Me acalmo, num gole, num trago...
Eu queria ensurdecer bem antes
Que eu pudesse escutar
Nando Reis me lembrando aquela pessoa
Agora já é tarde, não consigo evitar
As memórias inquietas trazem a fome
E eu só queria me alimentar
Mas o presente e o futuro dela
Já estão com outra pessoa
Há se eu fosse forte para apenas suportar
Mas me perco, me traio...
Eu escrevo, eu choro, eu grito por quem?
Preso no meu mundo
Exposto aos nuances
De opostos, dúvidas e ervas protetoras...
Há se ainda eu fosse uma criança
Para me enganar
Brincando ileso com o bem e o mal
Vendo nuvens de algodão-doce / ilusões-reais...
Fazendo de conta que tudo é possível
Brincando com anjos e super-heróis
Na Amazônia do quintal
Feliz com o simples
Na calda de um cometa
Num clipe figurante
Viajando em discos-voadores...
Eu volto a analisar
Tentando canalizar bem antes
Da energia, dos traços e das cores...
Mergulhado no silêncio
Tentando me concentrar nessa voz protetora
Pra enlouquecer bem antes
Que eu note o final
E não possa me desligar
Do quereres e da dor
De perder todas as coisas
E pessoas que eu tive antes
Que já não posso recuperar
O calor e a segurança
De todos os seus graus...
Me diz!
Eu escrevo, eu choro, eu grito por quem?
Site Franklin Mano
Enviado por Site Franklin Mano em 15/05/2009
Alterado em 15/05/2009
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